quinta-feira, 28 de abril de 2011

Morte de um Rei.

Um leve ensaio na frente do espelho, mais pérolas de suor, um sorriso brilhante protagonista do ensaio. Perfume.

Chegaram ao restaurante, tudo escolhido com cuidado, o local, o buquê de rosas sangrentas no centro da mesa redonda. Ela gostava de Arthur, gostava de reis.
Aquela tarefa, um pouco sim, a deixava sem graça, fingir ser felizes nem sempre é tão simples, sabe? principalmente quando alguém espera isso de vc eternamente. Delicadamente acariciou seu rosto, várias e várias vezes tinha repetido o quê e como falar, agora era só falar. Mas aí estava o difícil.
Acabou Arthur. Sinto muito.
Levantou-se lentamente da mesa fazendo escorrer a toalha de seda branca pela coxa deixando que seu corpo também tivesse uma chance de dizer adeus.
Um sorriso pendente e quebrado permanecia sentado á mesa enquanto um brilhante jazia em seu bolso.
Pálido olhou em volta, o mundo tinha parado para observar sua desgraça, tinham pena dele e o apelidavam de coitado. Mas ele já não era um coitado, era um infeliz.
Caminhava rapidamente esfregando os saltos para esquecer os olhos que a fixavam incrédulos. Onde estavam os táxi? Pense Genevra, pense! Se distraia! Mas não poderia ter feito diferente, o espetáculo tinha durado até demais, ela não era uma covarde. Pelo menos não achava que o era.
Parou.
Me desculpa, não queria te fazer sofrer, não sabia que reis também choram.
Quem chorava era ela. Voltou correndo mas só sobrava a casca dele, e nas dobras da casca um pequeno anel suplicava que o descobrisse.

2 comentários:

Anônimo disse...

Lembro que esse conto foi meio que inspirado em uma menina frágil e até um pouco sem sal, na época! rsrs! Mas ela mudou tanto... Mas tanto!!! E a culpa dessa mudança é um pouco sua! Sei disso porque ela me contou um dia!
Bele Câmara

Isabele disse...

Tua sensibilidade me encanta!
Nunca vou me acostumar com ela!
Nunca!!!

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