Um leve ensaio na frente do espelho, mais pérolas de suor, um sorriso brilhante protagonista do ensaio. Perfume.
Chegaram ao restaurante, tudo escolhido com cuidado, o local, o buquê de rosas sangrentas no centro da mesa redonda. Ela gostava de Arthur, gostava de reis.
Aquela tarefa, um pouco sim, a deixava sem graça, fingir ser felizes nem sempre é tão simples, sabe? principalmente quando alguém espera isso de vc eternamente. Delicadamente acariciou seu rosto, várias e várias vezes tinha repetido o quê e como falar, agora era só falar. Mas aí estava o difícil.
Acabou Arthur. Sinto muito.
Levantou-se lentamente da mesa fazendo escorrer a toalha de seda branca pela coxa deixando que seu corpo também tivesse uma chance de dizer adeus.
Um sorriso pendente e quebrado permanecia sentado á mesa enquanto um brilhante jazia em seu bolso.
Pálido olhou em volta, o mundo tinha parado para observar sua desgraça, tinham pena dele e o apelidavam de coitado. Mas ele já não era um coitado, era um infeliz.
Caminhava rapidamente esfregando os saltos para esquecer os olhos que a fixavam incrédulos. Onde estavam os táxi? Pense Genevra, pense! Se distraia! Mas não poderia ter feito diferente, o espetáculo tinha durado até demais, ela não era uma covarde. Pelo menos não achava que o era.
Parou.
Me desculpa, não queria te fazer sofrer, não sabia que reis também choram.
Quem chorava era ela. Voltou correndo mas só sobrava a casca dele, e nas dobras da casca um pequeno anel suplicava que o descobrisse.
2 comentários:
Lembro que esse conto foi meio que inspirado em uma menina frágil e até um pouco sem sal, na época! rsrs! Mas ela mudou tanto... Mas tanto!!! E a culpa dessa mudança é um pouco sua! Sei disso porque ela me contou um dia!
Bele Câmara
Tua sensibilidade me encanta!
Nunca vou me acostumar com ela!
Nunca!!!
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